Na sétima edição do podcast Caldeirão da Jezebel, o público foi confrontado com uma verdade incômoda, mas necessária: a de que o inferno que muitos temem pode, na verdade, habitar os templos que se dizem santos.
Quem entrega essa revelação é Solarys – ex-músico da Congregação Cristã do Brasil e atual sacerdote luciferiano.
A Infância nos bancos da Igreja:
Solarys cresceu no seio da Congregação Cristã, uma das vertentes mais fechadas do protestantismo brasileiro, onde a música é instrumento de culto e disciplina. Desde muito jovem, ele foi treinado para o ministério musical, tendo se tornado músico da orquestra nas igrejas da denominação, posição de prestígio e controle dentro da estrutura da fé.
No entanto, por trás da harmonia dos hinos, o que Solarys enxergava era dissonância. Durante a entrevista, ele denuncia práticas abusivas, bullying, homofobia, silenciamentos, castrações emocionais e uma estrutura de controle psicológico disfarçada de espiritualidade.
“Você aprende a obedecer antes de entender. O silêncio é mais importante do que o pensamento. E tudo que você sente — se for diferente da norma — é pecado.” — Solarys.
Bastidores da Congregação Cristã: O Que Não Se Prega no Púlpito:
O relato de Solarys é um mergulho sombrio nas entranhas da Congregação Cristã. Segundo ele:
* Casos de assédio moral, bullying, e abuso espiritual são abafados pela cultura do silêncio;
* Existe um controle patriarcal severo sobre mulheres e jovens, que são doutrinados a obedecer sem questionar;
Questionamentos teológicos são vistos como rebeldia demoníaca, mesmo quando baseados nas próprias escrituras.
Solarys também relata episódios em que experiências místicas e visões mediúnicas foram interpretadas como possessões ou heresias, sendo ele pressionado a suprimir seus dons espirituais.
Tudo isso e muito mais que preferiu não revelar, o levou a abandonar, não a fé, mas a estrutura religiosa que o oprimia.
A Virada: Quando Lúcifer Bate à Porta
Longe da Congregação, Solarys passou por Umbanda, Candomblé e Kardecismo — todos caminhos que, dentro de aua experiência pessoal, não sentiu-se confortável e continuou aberto para o que o destino um dia, ainda bateria à sua porta.
Foi então que Lúcifer apareceu, não como uma entidade externa, mas como um princípio interno de liberdade, coragem e iluminação.
A partir dessa experiência, como já tinha seu Templo aberto; Solarys, passa após ser reveladas algumas informações dentro da filosofia luciferiana…modificou o Templo Solarys para aqueles que buscam liberdade de crença e poder pessoal, que foram machucados por religiões tradicionais ou que buscam uma conexão direta com as forças da natureza e do inconsciente profundo.
“A fé não é para nos calar. A fé verdadeira nos ensina a gritar o que sentimos e viver com verdade.”
O Impacto do Episódio
O episódio #7 do Caldeirão da Jezebel escancara feridas religiosas que muitos fingem não existir. Não se trata de um ataque à fé cristã, mas sim de uma denúncia à institucionalização opressora da espiritualidade usada como meio de controle e interiorização.
A entrevista com Solarys já reverbera em comunidades religiosas, ocultistas e acadêmicas, reacendendo discussões sobre autoritarismo religioso, despertar espiritual autêntico e a importância de espaços seguros para quem rompe com estruturas tradicionais.